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“Nada abala mais o processo criativo que a crença ingênua segundo a qual, uma vez definida a visão, só resta “implementá-la”. De fato, passar do conecito à concretização é o cerne do ator de criar – que significa literalmente “trazer à existência”. E, como o trajeto do rio da fonte para o mar, esste ato é tudo, menos uma linha reta. Ao contrário, criar é uma espécie de dança da inspiração com a experimentação, como bem o ilustrou o psicólogo transpessoal Christopher Bache ao refletir sobre o que pode acontecer entre professor e alunos caso o professor possa verdadeiramente desprender-se de si mesmo e acompanhar o fluxo do que está emergindo.

Na sala de aula, há o momento em que um aluno faz uma pergunta ou você procura o exemplo adequado para comunicar um conceito difícil (…), [então] ocorre uma pausa em seu fluxo mental, uma suspensão da continuidade de seu pensamento. Momentos assim são preciosos pontos de mudança, oportunidades para a intuição transformar em um exercício vivo de improvisação aquilo que de outro modo seria uma aula previsível. Em tais momentos, “descobri uma portinhola no fundo de minha mente. Ela às vezes se entreabia e deixava passar tiras de papel preenchidas com sugestões – uma idéia, uma imagem. Concluí então que, se assumisse o risco de usar esse presente, algo de mágico aconteceria (…)

Quando a magia acontecia, as paredes que nos separavam vinhas abaixo temporariamente(…) [e] meus alunos e eu entrávamos em contato com níveis de criativiade para além de nossas capacidades separadas.

Livro Presença – Propósito Humano e o Campo do Futuro